Em se tratando de saúde física, um dos temas mais discutidos é a prática de exercícios físicos por gestantes. Embora a mulher grávida necessite de cuidados especiais nessa fase, especialistas afirmam que, em grande parte dos casos, as atividades são benéficas para a mãe e seu bebê. Mas é importante lembrar: cada caso deve ser acompanhado individualmente pelo obstetra e por um profissional de educação física especializado em exercícios físicos para gestantes.
Em uma gestação normal, que não apresente riscos para a mãe ou bebê, o exercício é benéfico para o desenvolvimento fetal e, mais tarde, para o suprimento de leite no período da amamentação. Dados de pesquisas ainda demonstram a diminuição de complicações pós-parto em mulheres que se exercitaram durante a gestação. “Os benefícios são aparentes inclusive no momento do parto, que é facilitado em virtude da musculatura abdominal e pélvica trabalhada previamente”, afirma a profissional de educação física e especialista em atividades aquáticas, Daniele Perbiche, da academia Carpe Diem, de Curitiba.
Quando feito de forma adequada, o trabalho corporal soma-se à condição especial das mulheres grávidas, auxiliando na capacidade cardiorrespiratória, na realização de atividades corriqueiras, na melhoria das condições musculares e ósseas, no relaxamento, na redução de possíveis dores e inchaços, na perda de peso pós-parto e também na auto-estima da futura mãe. Um estudo recente conduzido pela Norwegian School of Sports and Science apontou que mulheres que esperam seu primeiro filho e realizam exercícios físicos regularmente diminuem o risco de dar à luz um bebê com excesso de peso (acima de quatro quilos) – fator que pode contribuir, mais tarde, para a obesidade ou até mesmo para hemorragias durante a gravidez.
Não há relevância na prática de exercícios físicos anteriormente ao período gestacional. Nesse contexto, o exercício ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue da mãe, colaborando para a manutenção saudável do peso do bebê. O estudo também revelou que altos índices de açúcar e diabetes que se desenvolvem temporariamente durante a gravidez são fatores de risco para reter um bebê grande. Os pesquisadores avaliam que, entre os bons hábitos no período de gestação, devem ser priorizados os exercícios regulares com o propósito de prevenção. Em resumo, o estudo mostra que a necessidade do exercício se torna indiscutível para evitar o risco de uma criança acima do peso. Segundo a proprietária da academia Carpe Diem, Ana Maria Ramon, a ciência mostra e a prática comprova. “Por ser esse um momento único na vida da mulher, movimentar o corpo com a devida orientação, torna a fase mais agradável e prazerosa.
Nossas clientes grávidas vão até o final da gestação com bom humor, melhora da auto-estima, saúde e disposição”, coloca. Exercícios indicados As mulheres que nunca sofreram um aborto espontâneo e já praticavam exercícios podem dar continuidade à rotina, sempre com o aval médico. Já para as mulheres sedentárias, recomenda-se o início do programa após a décima segunda semana de gestação.
Não havendo indícios de complicações, as atividades podem ser continuadas até o parto, no entanto, com a redução aos poucos da intensidade. “Nesse momento deve-se levar em conta a disposição da parturiente”, relata Daniele. Dentre as atividades mais comuns, Daniele cita a caminhada, natação, hidroginástica, alongamento e musculação em menor intensidade. Ela explica que as vantagens de cada uma estão associadas ao controle da respiração e trabalho da musculatura. “A caminhada favorece o encaixe do bebê na pelve da mãe. A natação, embora algumas modalidades estejam restritas nesse período, também trabalha bastante a musculatura. Mas o exercício certamente mais indicado é a hidroginástica, pela característica de baixo impacto e trabalho cardiorrespiratório.
Nesse contexto não se deve esquecer a musculação, que também em intensidades mais baixas favorece o desenvolvimento da musculatura de suporte de grandes tensões”, expõe. Outro fator importante que deve estar aliado à prática dos exercícios é a alimentação. Uma dieta rica em frutas, legumes, verduras e fibras é a ideal, aliada à ingestão de líquidos como água e sucos naturais.
fonte: paranashop.com.br