Dra. Cintia Hirakawa
Introdução
A Paralisia Cerebral é o conjunto de alterações oriundas de um determinado acometimento encefálico, caracterizado essencialmente por uma alteração persistente, porém não instável do tônus, da postura e do movimento que se inicia durante o período de maturação anatomo-fisiológica no Sistema Nervoso Central; com conseqüências, afeta os músculos e sua coordenação motora, dos portadores desta condição especial de ser e estar no mundo. ( Bacheschi e Nitrini, 1991)
Embora a pessoa portadora de paralisia cerebral possa ser erroneamente classificada como deficiente mental ou não inteligente, por possuírem dificuldade cognitiva, movimentos estranhos e descontrolados e podendo apresentar involuntariamente gestos faciais incomuns. Na maioria dos casos, trata-se de pessoas inteligentes, muitas vezes, acima do normal e sempre muito sensível, capazes de inferir e detectar os acontecimentos que se passam diante delas.
Uma criança com problemas psico-motores apresenta dificuldades em tomar decisões ou buscar uma nova oportunidade, devido ser o seu próprio corpo ser o fator limitante do seu desenvolvimento normal; daí a necessidade da ajuda constante dos pais e terapeutas, tendo o profissional papel importante no desenvolvimento psico-social e psico-motor desta criança.
O tratamento de seqüelas incapacitantes à lesão do sistema nervoso central adquire melhores respostas quando realizadas em equipe multidisciplinar com médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais em esforço conjunto para reintegração física, psíquica e social da criança, sendo que a utilização de animais como instrumento terapêutico vem ajudando, na reabilitação dessas crianças, pois os animais sabem utilizar em doses exatas, virtudes como: agilidade, paciência, determinação, alegria e sabedoria, proporcionando à criança assimilar essas estratégias para superar suas dificuldades.
O poder de sensibilizar os seres humanos, o cuidado que os golfinhos demonstram ao ter contato com as crianças com necessidades especiais, levaria a criação de uma terapia alternativa, que no Centro Dolphin Human Therapy – Flórida, vêm obtendo resultados surpreendentes nas mais de 5000 crianças tratadas em diversas patologias, como autismo, Síndrome de Down, dentre outros distúrbios neurológicos, chegando a 97% o sucesso no tratamento de crianças portadoras de paralisia cerebral. (Godoy, 1998)
Para médicos e psicólogos do Centro de Terapia Golfinhos Humanos de Miami, ainda não há uma explicação muito clara para este fenômeno. Uma das teorias em estudo, segundo o Dr. David Nathanson – neurologista que dirige o Centro – é a de que os golfinhos usam sua habilidade sonar, chamada ecolocação – onde são capazes de emitir ondas sonoras de alta intensidade e freqüência, direcionadas para o meio externo através de uma consistente estrutura óleo-gordurosa, o melão, que ao se chocar com os obstáculos, retornam em direção a fonte emissora, e são captadas por um canal gorduroso existente na mandíbula e conduzidas ao ouvido interno, daí partem para o cérebro onde são decodificadas, assim os golfinhos conseguem detectar na forma de imagens sonoras baseadas nas diferentes densidades dos materiais atingidos pelo som de seu sonar biológico.( Santos, 1996)
Para o neurologista David Cole, a energia contida nestes sons emitidos tem a capacidade desfazer a estrutura molecular de fluídos dos tecidos macios, uma hipótese que começa a tomar forma é a que mostra estes sons alterarem o metabolismo celular no corpo humano, promovendo a liberação de hormônios e endorfinas, ou mesmo estimulando a produção de células de defesa imunológica (células T). ( Cole, 1995)
Alguns médicos mais céticos acreditam que os efeitos terapêuticos dos golfinhos se devem apenas ao relaxamento proporcionado pela presença lúdica desses animais. O relaxamento ajuda a estimular o sistema imunológico do organismo humano.( Wellengren, 1998)
O mais importante na Golfinho Terapia é que esta técnica une duas ferramentas importantes para o tratamento de crianças com necessidades especiais, que são: o golfinho e a água. Juntamente com o golfinho, a água e a habilidade do terapeuta há melhora da postura (ganho de equilíbrio), maior dissociação de cinturas, propriocepção, bem como a alegria e bem-estar da criança durante e após a terapia, adequando-a para a sociedade de acordo com suas necessidades e possibilidades.
A técnica combina o trabalho dentro e fora da água, entre o terapeuta e o paciente. A aceitação dos exercícios terapêuticos é facilitada pelo contato com os golfinhos podendo ser na forma de toque ou do nado com esses animais, e o resultado obtido é recompensado através de estímulos verbal, motor e com um trabalho social. ( Mackenzie, 1991)
Na maioria das clínicas que trabalham com esta técnica os golfinhos são mantidos em cativeiro, e em uma piscina chamada dolphinarium, as quais comportam no máximo 04 animais, e a criança é introduzida, sempre acompanhada do terapeuta, tendo um primeiro contato visual e depois estimulada ao contato verbal com os golfinhos, havendo contato físico verifica-se o relaxamento muscular, fazendo com que a terapia possa ser mais eficiente a nível motor e até mesmo a há cooperação do paciente em dar liberdade para a manipulação do terapeuta.
Atualmente existem 10 Centros de Golfinho Terapia espalhadas em todo o mundo, sendo no Hawai, na cidade de Waianae, e no Panama City Beach , Flórida os únicos locais onde são realizados programas de avistagem e contato com golfinhos em ambiente natural.( Conibier, 2000)
Em 90% dos dias do ano, grupos de 5 a 2000 (300 em média) golfinhos-rotadores (Stenella longirostris, Gray 1828) entram na Baía dos Golfinhos do Arquipélago de Fernando de Noronha para descansar, reproduzir, cuidar de filhotes e refugiar-se de tubarões. O Arquipélago é um dos lugares mais provável de se encontrar golfinhos em seu ambiente natural.
O ciclo diário de atividades dos golfinhos em Fernando de Noronha é: alimentação noturna, movimento matinal em direção à Baía, chegada ao nascer do sol e saída à tarde para as zonas de alimentação (Silva Jr., 1996).
A execução do Projeto Golfinho Rotador é resultante de uma parceria entre o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha/ IBAMA, o Centro Mamíferos Aquáticos/IBAMA, a Universidade Federal de Pernambuco e o Centro Golfinho Rotador.
O Projeto Golfinho Rotador compreende seis etapas metodológicas simultâneas e inter-relacionadas: monitoramento da Baía dos Golfinhos, catalogação dos golfinhos, estudo do turismo de observação de golfinhos, Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos, programa de educação ambiental e capacitação de estagiários e pesquisadores mirins. E tendo no Centro Golfinho Rotador, uma entidade não-governamental e sem fins lucrativos, a parte executora deste projeto há facilidade de obtenção dos dados e o apoio necessário para buscar o convívio com os golfinhos-rotadores de Fernando de Noronha – PE, possibilitando às crianças portadoras de paralisia cerebral um tratamento fora dos contextos hospitalares, o convívio com o ambiente natural do arquipélago, como também promover a educação, sociabilização, independência, desenvolvimento corporal e intelectual para estas crianças.
Justificativa
A criança portadora de encefalopatia crônica não progressiva da infância, classificada em diplegia espática, refere-se ao quadro em que predomina os distúrbios dos membros inferiores, representa 3/4 do total dos casos de paralisia cerebral e apresenta um quadro clínico não reversível, porém estável, e se sabe que o desenvolvimento deste paciente apresenta uma considerável melhora se for possível estimulá-la, permitindo-a o contato com maiores atividades, bem como um ambiente propício para estimulação as crianças poderão ter alguns progressos, tanto no que diz respeito ao seu desenvolvimento corporal como intelectual. (Bacheschi e Nitrini, 1991)
A criança espática mostra hipertonia de caráter permanente, mesmo em repouso. O grau de espasticidade varia de acordo com o grau de excitação ou com a força do estímulo que é submetida. Alguns músculos podem permanecer fracos em conseqüência da inibição tônica recíproca por parte dos seus antagonistas espásticos. Os movimentos são restringidos em amplitude exigem grande esforço (Bacheschi e Nitrini, 1991).
Uso de terapias alternativas, principalmente com a utilização de animais, facilita o trabalho dos terapeutas, pois a criança se torna mais acessível ao tratamento, tanto pela presença lúdica dos animais, como também pelo contanto das crianças com ambiente fora dos contextos hospitalares.
A Golfinho Terapia representa além de uma terapia alternativa para tratamento de crianças com o quadro de paralisia cerebral acima descrito, um estudo para saber os efeitos que estes animais são capazes de trazer para ajudar estes pacientes na busca de seu desenvolvimento psico-motor; como também a sociabilização destas crianças.
A maioria das terapias utilizando os golfinhos é realizada com animais em cativeiro, o que pode causar a estes animais uma diminuição no seu tempo de vida, mudanças nos níveis hormonais (Norris, 1994), afetando o comportamento destes animais e trazendo, consequentemente, um grande impacto para o seu desenvolvimento. Apesar destes animais já tivessem sido cativados por mais de 10 anos, para estudos de comportamento, terapias, apresentações turísticas estas experiências se mostraram bastantes impactantes, e atualmente são utilizados com boas perspectivas os animais em vida livre.
Os golfinhos-rotadores são animais gregários e oceânicos, habitantes de águas tropicais, costumam formar grupos de cem ou mais indivíduos, e em Fernando de Noronha observa-se uma média, quase diária, de 300 indivíduos no período da seca e 115 golfinhos na estação chuvosa (Silva Jr., 1996). Estes animais também costumam possuir um ciclo diário de atividades bem definidos, com alimentação noturna, e penetram em baías, como ocorre na Baía dos Golfinhos, para descanso, reprodução e cuidados com filhotes (Lodi e Hetzel, 1993).
O entendimento das atividades diárias destes animais a presença constante dos rotadores na Baía dos Golfinhos e os estudos já obtidos sobre o comportamento, estrutura social e aproximação de golfinhos em vida livre às pessoas, principalmente àquelas que apresentam necessidades especiais, através de mais de 10 anos de pesquisas do Projeto Golfinho Rotador, oferece boas condições para a implementação de um estudo para aplicação da Golfinho Terapia com os golfinhos-rotadores de Fernando de Noronha.
O Arquipélago apresenta condições propícias para aplicação da Golfinho Terapia, pois localiza-se em águas caracterizadas por baixas concentrações de sedimentos e de matéria orgânica. A temperatura média artificial da água do mar é de 24ºC, com amplitude térmica superficial na ordem de 4ºC. O clima da região é tropical com duas estações pluviométricas, a estação seca, ocorrendo entre os meses de agosto a fevereiro e a estação chuvosa ocorrendo de março a julho. A temperatura do ar varia entre 23,5ºC e 31,5ºC e a amplitude térmica média é de 4,1ºC.
E sendo, o Arquipélago de Fernando de Noronha um Parque Nacional Marinho e uma Área de Preservação Ambiental, pode-se obter um trabalho melhor na introdução das crianças em ambiente natural, como também conscientizar a população sobre as questões de preservação ambiental e preservação dos animais em vida livre.
Objetivos
Objetivo Geral
Tratamento para reabilitação motora e capacitação psico-social de crianças portadoras de Encefalopatia crônica não progressiva da Infância (Paralisia Cerebral) classificada em Diplegia Espástica, utilizando como recurso terapêutico dos golfinhos-rotadores que vem à Baía dos Golfinhos do Arquipélago de Fernando de Noronha – PE.
Objetivos Específicos
- Reabilitação dos movimentos motores em crianças portadoras de paralisia cerebral.
- Adaptação e sociabilização da criança portadora de paralisia cerebral ao ambiente natural e à sociedade.
- Estudar a indicação de tratamento de crianças com necessidades especiais utilizando a Golfinho Terapia com animais não cativos.
- Estudar a interação dos golfinhos-rotadores, com crianças portadoras de necessidades especiais.
- Estudar o impacto causado aos golfinhos-rotadores, que será utilizado como ferramenta terapêutica no tratamento de crianças portadoras de paralisia cerebral.
- Buscar a preservação dos golfinhos-rotadores em de Fernando de Noronha.
Metodologia
Descrição da área a ser utilizada:
O presente estudo será realizado em Fernando de Noronha, que fica distante 345Km do Rio Grande do Norte e a 550Km da cidade do Recife. É constituído por 21 ilhas e ilhotas, totalizando uma área de 26 Km2.
O trabalho ocorrerá entre o Zé Ramos e o Porto Santo Antônio, fora da Baía dos Golfinhos, no Mar de Dentro. Está é a área que apresenta condição de mar calmo durante a maior parte do ano e com maior incidência de golfinhos.
Critérios para seleção das crianças
No presente estudo, serão selecionadas crianças que apresentem paralisia cerebral, segundo os seguintes os critérios especificados:
- Crianças com quadro clínico de Encefalopatia crônica não progressiva da infância (paralisia infantil) classificada em diplegia espástica
- Sexo: masculino ou feminino
- Idade entre 06 à 08 anos.
- Similiaridades entre as atividades motoras limitantes e não-limitantes.
- Estrutura social similar, com constituição familiar (pai e mãe) parecidas.
- Crianças que já mantenham contato com a água.
- Crianças em tratamento fisioterapêutico (cinesioterapia, hidroterapia, de preferência)
- Independência respiratória e alimentar (ausência de ventilação mecânica e sonda gastrointestinal)
- Sem registro de convulsões.
Critérios para escolha da Instituição
- Instituições ou fundações de reabilitação voltada à neuropediatria
- Associações que visa a reintegração social de família e sua criança especial
- Instituição localizadas em cidade mais próximas a Fernando de Noronha (Recife ou Natal)
Riscos
- acidente da natureza
- comportamento inesperado dos golfinhos selvagens de Fernando de Noronha
- Fernando de Noronha estar localizado a 375 Km do estado mais próximo e não possuir uma infra estrutura hospitalar suficientemente adequada em caso de emergência ou acidente de caráter mais grave.
Benefícios
- Fernando de Noronha possui as águas mais claras , limpas e tranqüilas .
- Trabalho diretamente ligado ao meio ambiente
- A criança estará em contato com a natureza , diferente do contexto hospitalar
- Trabalho multidisciplinar
- Trabalho de reabilitação (hidroterapia ) com água marinha é favorável por apresentar maior flutuabilidade , consequentemente maior ganho de movimentos e independência.
- Não há registro de ataques de golfinhos ao ser humano , sendo que estudos mostram que golfinhos selvagens são relativamente mais dóceis do que golfinhos que foram adestrados .
- Tratamento de crianças com Paralisia cerebral pela golfinho terapia obtiveram resultados positivos e rápidos em 97% dos casos no Centro Golfinho Terapia , Miami.
Hipóteses a serem discutidas:
- Possibilidade de realizar terapia com golfinhos selvagens em habitat natural (sem causar grandes impactos e obter resultados similares da terapia com golfinhos em cativeiro).
- Trabalho no meio ambiente , ser mais propício do que em ambiente hospitalar , clínico, ou com golfinhos em cativeiro.
- Impacto da interação da criança com o golfinho , têm fenômeno terapêutico , ou apenas brincadeira e diversão.
- Análise da socialização da criança com a família , se houve mudanças.
- Uma vez adquirido resultados satisfatórios , se haverá a necessidade de realizar outras terapias com golfinhos, ou será necessário apenas um único programa terapêutico para sua evolução futura em outras terapia convencionais.
Resultados esperados
- socialização da criança com a família
- ganho de mobilidade em articulações de membros inferiores
- aceleração do desenvolvimento neuro psico motor da criança
- diminuição da espasticidade
- interação e socialização de pais e criança em contato com o meio ambiente
- estímulo do desenvolvimento da fala
- resultado positivo do trabalho com golfinhos em habitat natural ; sem necessidade de realizá-lo em cativeiro.
Metodologia de trabalho em Fernando de Noronha
O presente estudo exige um esforço conjunto de uma equipe profissional multidisciplinar que será constituída de uma fisioterapeuta, uma psicóloga, um médico neuro-pediatra, um psico-pedagogo, um biólogo e dois estagiários; juntamente com o apoio e acompanhamento dos pais das crianças.
O programa pretende estudar a aplicabilidade da Golfinho Terapia em crianças com idade média de 6 anos, portadoras de encefalopatia crônica caracterizada diplegia espástica com distúrbios dos membros inferiores, com um programa de tratamento em Fernando de Noronha de no máximo 8 (oito) dias seguindo o cronograma abaixo especificado:
1º dia:
- Receptivo das famílias no aeroporto
- Encaminhamento das famílias para o local de hospedagem
- Apresentação da equipe de pesquisa da Golfinho Terapia
- Jantar
- Brief sobre o programa da Golfinho Terapia.
2º Dia
- Café da manhã
- Brief sobre o dia
- Apresentação de Fernando de Noronha
- Atividade psico-pedagógica de sociabilização das crianças
- Almoço
- Atividades recreativas e exercícios de aquacidade em uma piscina natural
- Partilha da experiência do dia no por-do-sol
- Jantar
- Reunião com a psicóloga com as famílias
3º Dia
- Café da manhã
- Brief sobre o dia
- Apresentação do Projeto Golfinho Rotador
- Atividade psico-pedagógica de sociabilização das crianças
- Almoço
- Atividades recreativas e exercícios de aquacidade em uma piscina natural
- Partilha da experiência do dia no por-do-sol
- Jantar
- Reunião com a psicóloga com as famílias
4º, 6º e 8º Dias
- Café da manhã
- Brief sobre o dia
- Exercícios cinesioterápico
- Almoço
- Saída de barco para avistagem e possível mergulho com os golfinhos
- Partilha da experiência do dia no por-do-sol
- Jantar
- Reunião com a psicóloga com as famílias
5º , 7º e 9º Dia
- Café da manhã
- Brief sobre o dia
- Atividades recreativas e exercícios de aquacidade em uma piscina natural
- Almoço
- Saída de barco para avistagem e possível mergulho com os golfinhos
- Partilha da experiência do dia no por-do-sol
- Jantar
- Reunião com a psicóloga com as famílias
10º Dia
- Café da manhã
- Reunião com todos os participantes do programa.
- Almoço
- Viagem
Conclusão
O termo Encefalopatia Crônica Infantil foi primeiramente utilizado por Trousseau, 1964. Significa lesão maior ou menor do encéfalo , e o termo crônico é empregado no sentido de evolução lenta do quadro clínico encefalopático.
Assim quando dizemos que uma criança apresenta Encefalopatia Crônica Infantil não progressiva , ela é conseqüente a uma lesão anatomo patológico estacionária . Naturalmente o quadro clínico neurológico neste caso é estável, o que não significa que a criança não tenha sua própria evolução. ( Bacheschi e Nitrini, 1991).
A ECI são decorrentes de fatores pré-natais , incluídas causas infecciosas , tóxicas , circulatórias, anóxia e aberrações cromossômicas, quanto aos fatores peri-natais decorrente de lesões de anóxia e trauma de parto em geral. (Bobath, 1979).
A Paralisia Cerebral classificada em diplegia espástica , refere-se ao quadro que predominam os distúrbios aso membros inferiores, levando em conta que o déficit é conseqüente a mais de uma lesão nos dois hemisférios cerebrais, córtico –espinais que se dirige para os membros inferiores. O quadro neurológico é caracterizado por comprometimento motor dos membros inferiores , atraso no ultrapassar as etapas de controle de cabeça e do tronco. Há quase sempre retardo para sentar-se e manter-se sentado. Na posição de pé , ela estende os membros inferiores , aduz as coxas assumindo posição de tesoura ou em X. Não raros se esboçam movimentos de marcha reflexa quando os pés encontram apoio no solo. ( Bacheschi e Nitrini, 1991).
O exame neurológico mostra sinais de déficit e de liberação , os reflexos profundos estão exaltados , podendo-se encontrar clono do pé e trepidação. O cutâneo-plantar tem, resposta em extensão , sendo que algumas vezes o hálux mantêm-se constante nesta posição. (Bobath, 1979).
A individualização do tratamento é uma das regras básicas. A equipe de profissionais , depois de fazer a avaliação das possibilidades de um caso , vai estabelecer um plano terapêutico .
Alguns pacientes apresentam sérios distúrbios de comunicação , necessitando do concurso do fonoaudiologo , que por sua vez emprega técnicas para estimular o desenvolvimento da comunicação pela fala e corrigir os defeitos da articulação do ritmo. Muito importante é o exame psicológico que vai dar a indicação quanto ao desenvolvimento da inteligência , e orientar a equipe que cuida de habilitar o paciente na medida de sua possibilidade.
Os testes psicológicos irão, não somente orientar a equipe, indicando qual a potencialidade da criança , também investigar as áreas mais deficitárias . Para aprender , a criança com Paralisia Cerebral necessita não apenas de Ter nível mental compatível, como também estar bem equilibrada emocionalmente, possuir uma eficiente organização perseptiva visual , motora e raciocínio abstrato.
Uma fisioterapeuta bem conduzida, além de propor exercícios da chamada cinesioterapia destinada a estimular a movimentação voluntária e reduzir a espasticidade, deve utilizar vários tipos de estimulação sensitiva e sensorial. A reabilitação neuromotora aquática foi descrita como um recurso útil para programas tradicionais de reabilitação de lesão cerebral. (Ruoti, 1997).
Os benefícios da água incluem o alívio de peso , a facilitação dos movimentos . Essa característica permite a exploração dos movimentos , fortalecimento e treinamentos de atividades funcionais. Também as propriedades do amparo da água permite o fácil manejo dos pacientes por parte dos profissionais . Com benefícios da água obtém redução do tônus , prevenção de contraturas , assistência ao equilíbrio estático e dinâmico , fortalecimento mais precoce e eficaz, motivação, recreação e socialização. (Becker, 2000).
Na Criança PC ( Diplegia espástica) o balanço rítmico ou rotação do tronco, é mais eficientemente realizado um flutuação na posição supino, , diminui a rigidez e são uma boa atividade para ativação imediata da musculatura do tronco. (Ruoti, 1997). E o maior sucesso usualmente é obtida quando o foco da criança é a brincadeira e não os exercícios , e a brincadeira em conjunto com os golfinhos propõem grandes resultados . Cabe ao terapeuta saber que posição é necessária para ganhar o movimento desejado da criança e criar uma atividade nessa posição.
Referências Bibliográficas
BACHESCHI, L. A . NITRINI, R. A Neurologia que todo médico deve saber, São Paulo, Maltese, 1991.
BECKER, B. E. ANDREW J. C. Terapia Aquática Moderna . São Paulo, Manole, 2000.
BOBATH, K. A .A deficiência motora pacientes com paralisia cerebral. São Paulo, Manole, 1979.
BOBATH, K. Uma base neurofisiológica para o tratamento de para o tratamento de paralisia cerebral, 2 ed. , São Paulo, Manole, 1979.
COLE, D. AquaThought foundation report, June 11, 1994. pp. 7-10., 1994.
COLE, D. Neuro-electrical effects of human-dolphin interaction and sono-chemical hypoth eses. In Symposium Proceedings – International Symposium on Dolphin Assisted Therapy, Septem ber 1995, pp. 12-15, 1995.
CONIBIER, R. The Concept Behind Dolphin Human Therapy- The Alexander Trust. Ingland , 2000.
GODOY, N. Golfinho Terapia –Crianças estão conseguindo melhorias espantosas com a ajuda misteriosa dos golfinhos, Revista Ciência , Isto É, 08/04/1998.
LODI , L. HETZEL, B. Baleias, Botos e Golfinhos , Ed. Nova Fronteira S.A, Rio de Janeiro, 1993.
MACKENZIE, T.P. Human Dolphin Interaction – The Lei Aloha Dolphin Research Center , Hawaii, 1991.
NORRIS, K.S. WURSIG,B. WELLS,R.S. WURSIG,M. The Hawaiian Spinner Dolphin . University of California Press, 1994.
RUOTI, R. G. Reabilitação Aquática. São Paulo, Manole, 1997.
SANTOS, M C O. Baleias e Golfinhos. Ed. Ática S. A , São Paulo, 1996.
SILVA JR. , J.M. Aspectos do Comportamento do Golfinho-rotador ,Stenella longirostris (Gray, 1828) no Arquipélago de Fernando de Noronha . Recife, 1996.
WELLENGREN, M. Golfinho ajuda tratamento de criança autista. Jornal do Comércio –Recife, 29/09/1998.
Cronograma das Atividades
Atividades | anual | |||||||||||
A | M | J | J | A | S | O | N | D | J | F | M | |
Definição da área de estudo e aplicação da Golfinho Terapia | X | X | X | |||||||||
Captação de Recursos para o programa experimental da Golfinho Terapia | X | X | X | |||||||||
Elaboração e confecção de material explicativo sobre a Golfinho Terapia para as Instituições e patrocinadores. | X | X | ||||||||||
Definição das Instituição que realizam tratamento de crianças PC | X | X | ||||||||||
Apresentação do Programa Experimental da Golfinho Terapia às Instituições escolhidas | X | |||||||||||
Triagem e seleção das crianças com a patologia PC indicada | X | X | ||||||||||
Estudo da estrutura familiar das crianças PC escolhidas | X | X | ||||||||||
Apresentação do Programa Experimental de Tratamento da Golfinho Terapia para as famílias das crianças PC escolhidas | X | |||||||||||
Realização do Programa Experimental da e Golfinho Terapia em Fernando de Noronha | X | |||||||||||
Revisão Bibliográfica | X | X | X | X | X | X | X | X | X | |||
Análise dos Dados obtidos | X | X | ||||||||||
Apresentação dos Resultados | X | |||||||||||
Publicação dos Resultados | X |