Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu algum medo na vida. Muitas vezes, as pessoas perdem a chance de desfrutar de atividades esportivas e culturais, de fazer algo que gostariam por puro pavor. O medo de água, por exemplo, é mais comum do que se imagina. Mas há tratamento e, inclusive, curso que ajuda o hidrofóbico, como é chamado quem tem medo de ficar submerso na água, a superar o sentimento negativo.

Pela primeira vez, o Serviço Social do Comércio (Sesc) de Bauru colocou em sua programação o curso denominado “Adaptação ao meio líquido”, que é direcionado a pessoas que têm medo de água, de se afogar. “Nossa preocupação é dar um atenção especial para este público, pois temos curso de natação para adultos iniciantes, mas percebemos que, por terem medo da água, eles ficam constrangidos de ter aula com os outros, principalmente o pessoal da terceira idade”, explica Flávia Cabral Lima dos Santos, professora de educação física.

As aulas são dadas todas as terças e quintas-feiras e pessoas a partir dos 13 anos podem participar do curso. “A gente percebeu que existem pessoas que têm vontade de aprender a nadar, mas o medo impede. Também notamos que alguns alunos de hidroginástica não conseguiam fazer todas as atividades propostas por medo”, revela a professora.

A aposentada Maria Aparecida Lopes Rodrigues, 61 anos, é uma das primeiras inscritas para o curso que começou nesta semana. Estimulada por uma amiga, que também participa das aulas, além de perder o medo ela quer aprender a nadar para aproveitar melhor as aulas de hidroginástica e as viagens para a praia. “Tenho muito medo de água e, quando a professora fica por perto, me sinto mais segura. Fazia aula de natação na turma de iniciação, mas vi que não estava dando certo e abandonei”, conta. “Como também faço hidroginástica, resolvi superar o medo e aprender a nadar. Além disso, viajo para praia todo ano e nunca aproveito o mar. Sei que não podemos ir longe, pois a água do mar é perigosa, mas quando aprender a nadar vou estar mais confiante e vou poder aproveitar mais”, acrescenta a aposentada.

De acordo com Pablo Henrique Lima, coordenador do setor aquático de uma academia de Bauru, é comum pessoas com medo de água nas aulas de natação. “Os adultos são maioria entre os que têm medo. Muitas vezes, por vergonha, deixam as aulas e, em alguns casos, nem procuram ajuda”, explica.

Apesar de não ter embasamento científico, Lima conta que pela sua vivência de oito anos como professor de natação, acredita que, na fase adulta, as mulheres são as que mais procuram cursos para enfrentar o medo de água. “Talvez seja uma questão cultural, mas a mulher tem menos vergonha que o homem e demonstra que tem medo de água”, afirma.

Na academia, as aulas de natação são oferecidas para bebês a partir de 6 meses. “O quanto antes a criança iniciar o trabalho de natação, melhor. A partir dos 6 meses de idade o bebê já está com imunidade avançada para começar a ter aulas”, explica.

Fonte: Jornal da Cidade – Bauru

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