Nas tradições indígenas brasileiras a água com os outros elementos da natureza: terra, ar, fogo, floresta, animais, plantas são parte de um ecossistema integrado e respeitados como sagrados.

Segundo Kaká Werá, “A água é a segunda divindade para os Tapuias e se posiciona ao sul. Seu nome é Iaci, uma das formas que a respiração do universo assumiu para conduzir a vida. A água para os indígenas é a grande mãe por participar na manifestação da vida em cada coisa com seu amor incondicional. Herdamos da água a habilidade do sentir e das emoções. A água é o sentimento divino materializado.” 

1. Flexibilidade
Bos ensina como sermos maleáveis e não rígidos. Seu grande poder de adaptabilidade faz com que ela se molde ao recipiente em que é colocada. 

2. Perseverança
Apesar de suave na consistência ela demonstra sua potencialidade com o ditado: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, ou seja, ela não desiste e alcança seus resultados através de sua constância. 

3. Diversidade

Pode ser encontrada nas formas líquida, gasosa ou sólida (gelo) e em cada uma delas mantém sua essência (H2O) se adaptando conforme a circunstância de calor ou frio. Sua diversidade também é vista na forma do mar (água salgada) e numa infinidade de formações de água doce: rios, lagos, riachos, cachoeiras, poços, chuva etc. 

4. Aceitação
O oceano abraça a todos os tipos de rios dentro dele sem julgar ou discriminar: rios limpos, rios poluídos, rios maiores, rios menores, mais ou menos bonitos. Para o oceano todos os rios são iguais e encontram espaço em seu seio. 

5. Guardar segredos
O mar ou o rio engole o que entra nele e não revela à superfície o que contém em seu interior profundo. Como um sábio que funde o que vê e o que ouve e não espalha os erros de uns para outros na atmosfera, mas silencia e dissolve. 

6. Capacidade de harmonizar
Diz o ditado que após a tempestade vem a bonança. Mesmo após uma enchente ou um maremoto as águas voltam a se tornar serenas e tranqüilas, recuperando o seu equilíbrio. 

7. Neutralidade 

Quem pratica esportes na água experimenta grande felicidade e alegria. O prazer de surfar, velejar, nadar demonstram isto. O oposto também é verdadeiro para quem teve a vida de um familiar roubada pelo mar. O mar ou o rio não criam nossa felicidade, ou tristeza. São neutros. São apenas o ambiente, o meio, onde as situações acontecem. Esta neutralidade nos remete à questão da responsabilidade pessoal pelo que acontece conosco em vez de culparmos os outros. 

8. Excelente condutor 

De pessoas e mercadorias ao seu destino como meio de navegação; condutor de substâncias diversas como medicamento, corantes, ou qualquer outra coisa solúvel. A água humildemente se esconde e permite-se ser usada como condutor para um sabor no caso de uma bebida (chá, café etc.), como remédio em variadas formas (soro, injeção, xarope, soluções diversas), na indústria cosmética (perfumes, cremes, shampoos etc.), na indústria alimentícia, quando um pó ou mistura ao ser adicionado água vira bolo, sopa, pudim etc. Esta é a generosidade da água, que serve a uma infinidade de propósitos.   

Fonte: ÁGUA E ESPIRITUALIDADE por Luciana M. S. Ferraz – Socióloga e Coordenadora da Brahma Kumaris no Brasil  

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